Labutinha
Um olhar infantil.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Palhaço
- Você está quente, meu amor. Tá com febre. O termômetro contou pra mamãe que já ta 38,4.
- Fiquei com febre, porque deitei aqui. Nessa parte da cama está muito quente.
- Toma o remédio. Vamos por a compressa.
E assim foi que, com um monte de pano molhado pelo corpo e as bochechas vermelhas, vermelhas, a pequena abriu um sorrisão e com a leveza dos seus quatro anos soltou.
- Olha, mamãe, eu virei um palhaço!
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
A liberdade da inocência
A menina
Reza
Estava chovendo toda água do mundo. Inhasã e Xangô caprichavam nos raios e trovões. Muita gente pequena e grande sentiu vontade de se esconder e abraçar forte alguém. Ela saiu correndo do trabalho aquele dia. Seria melhor um bote, mas foi de ônibus, metrô, ônibus e mais um tanto de sola de sapato. Chegou à casa ofegante, gritando no portão como de costume: “Filhaaaaaa”. Ninguém veio recebê-la. Foi para o banho frustrada. Minutos depois uma batida conhecida na porta. “Quem é?”, a mãe gritou. “Sua filha!”, respondeu a vozinha. “Deixa eu sentir o seu cheiro...”, exclamou a mãe, abrindo a porta do banheiro enfumaçado.
Conversaram sobre o dia. Comeram um lanche. Vestiram o pijama. Escovaram os dentes e depois, como de costume, o pedido: “Mamãe, conta uma história de verdade?”. Isso significa histórias escritas em livros, não inventadas na hora. A pequena escolheu um e deitaram juntas para aproveitar a fantasia. Em meio ao contexto, a pergunta: “Mamãe como é rezar?”. Ela explicou a seu modo. Reforçou que as pessoas conversam com o papai-do-céu, mas principalmente rezam com suas atitudes. A pequena adormeceu. A mãe ainda ficou um tempo pensando sobre o assunto.
Ciranda da Bailarina, Chico Buarque
Conversaram sobre o dia. Comeram um lanche. Vestiram o pijama. Escovaram os dentes e depois, como de costume, o pedido: “Mamãe, conta uma história de verdade?”. Isso significa histórias escritas em livros, não inventadas na hora. A pequena escolheu um e deitaram juntas para aproveitar a fantasia. Em meio ao contexto, a pergunta: “Mamãe como é rezar?”. Ela explicou a seu modo. Reforçou que as pessoas conversam com o papai-do-céu, mas principalmente rezam com suas atitudes. A pequena adormeceu. A mãe ainda ficou um tempo pensando sobre o assunto.
Ciranda da Bailarina, Chico Buarque
A Gata
“Pai a Maya é burra. Ela não sabe voar”. Essa era sua frase todas as noites quando o pai chegava do trabalho. Será que ninguém mais percebia que os gatos saem voando quando a gente menos espera? Ele pensava. Ele já estava começando a se aborrecer com a bichana. Insistiu, insistiu, insistiu, perseguindo um jeito. Até que dormiu e acordou feliz. O dia foi comprido, pois ele estava ansioso esperando pela noite.
“Pai, pai, pai! Ela aprendeu! A Maya voou! Mas agora ela já está dormindo”. Era assim que ele gritava feliz, olhando para baixo, do alto da janela do 16º andar, vendo a Maya dormir lá no térreo.
Alguém disse que os gatos dormem 20 horas por dia. As 4 que Maya passava acordada eram noturnas.
São Paulo, 03 de abril de 2009, no ônibus a caminho do trabalho.
“Pai, pai, pai! Ela aprendeu! A Maya voou! Mas agora ela já está dormindo”. Era assim que ele gritava feliz, olhando para baixo, do alto da janela do 16º andar, vendo a Maya dormir lá no térreo.
Alguém disse que os gatos dormem 20 horas por dia. As 4 que Maya passava acordada eram noturnas.
São Paulo, 03 de abril de 2009, no ônibus a caminho do trabalho.
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